sábado, 29 de dezembro de 2007

Presente de Natal...


Como todos nós,recebi alguns presentes de Natal. Mas o melhor que recebi veio mais tarde.Veio ontem.

Valeu,sem duvida,a espera.

Vi-a.Não ao vivo como tanto desejaria,mas vi-a ali naquela "caixinha".Tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

Olhava para ela e sorria...ela não me via mas que importa?? Ela estava ali...Linda,como sempre.

Aquele sorriso devastador,aquele jeito tímido e envergonhado,aquela voz que não consigo esquecer e da qual tenho tantas saudades.Aquela história que eu já conhecia mas que me fez sorrir,mais uma vez...

Senti-a tão perto...acho até que conseguia cheirar o seu perfume,sentir a sua respiração...

Gostava muito de descrever tudo aquilo que sinto e comecei a escrever este texto porque o queria fazer...simplesmente não consigo...Qualquer palavra que exista não é suficientemente forte...nada no mundo consegue descrever tudo o que ela é para mim.

Amo-a muito(como daqui a Neptuno...Plutão já não é planeta :) )

Obrigado por existires...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Decifra-me...

"Não venha me falar de razão, não me cobre de logica, não me peça coerência
Eu sou pura emoção
Tenho razões e motivações próprias .... me movimento por paixão
essa é a minha religião e minha ciência

Não meça meus sentimentos, nem tente compará-los a nada
deles sei eu....
Eu e meus fantasmas
Eu e meus medos
Eu e a minha alma

sua incerteza me fere mas, não me mata
suas duvidas me açoitam mas, não deixam cicatrizes

Não me fale de nuvens .... Eu sou o Sol e a Lua
Não conte as poças .... Eu sou mar... profundo, intenso, passional

Não exija prazos e datas
Eu sou eternidade e atemporal
Não imponha condições
Eu sou absolutamente incondicional
Não espere explicações
não as tenho, apenas aconteço, sem hora, local ou ordem

Vivo em cada molecula, sou um todo e ás vezes sou nada
Você não me vê mas, me sente
Estou tanto na sua solidão quanto no seu sorriso

Vive-se por mim
Morre-se por mim
Sobrevive-se sem mim
Eu sou o começo e fim e todo o meio

Sou seu objectivo, sua razão que a razão ignora e desconhece
tenho milhões de definições

todas certas
todas imperfeitas
todas lógicas apenas em motivações pessoais
todas correctas
todas erradas

Sou tudo
Sem mim... tudo é nada
Sou amanhecer ....... Sou Fénix...... Renasço das cinzas

Sei quando tenho que morrer .... sei que sempre irei renascer
Mudo de protagonista ........ nunca a história
Mudo de cenário .................. nunca de roteiro

Sou musica...... Ecôo, reverbo, saculo
Sou fogo ........... Queimo, destruo, incinero
Sou vento ..........Arrasto, balanço, carrego
Sou água.......... Afogo, inundo, invado
Sou tempo ....... Sem medidas, sem marcações
Sou clima......... Proporcional à minha fase
Sou furacão ..... Destruo, devasto, arraso

Mas sou tijolo
Construo, recomeço

Sou seu veneno e seu antídoto
Sou sua memória e seu esquecimento

Eu sou seu reino, seu altar, seu trono
Sou sua prisão
Sou seu abandono e sou sua liberdade

Sua luz .... Sua escuridão .... e seu desejo de ambas
Velo seu sono

Poderia continuar me descrevendo mas, já dei uma ideia de quem sou..

Muito prazer!
Tenho varios nomes mas, aqui na sua terra chamam-me de


AMOR"



Elvira Fornani

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O Tempo...

Na estação de metro a reluzir de nova, a repórter da televisão interpelava o idoso que aproveitava a boleia do primeiro dia:
- Então o senhor veio até aqui para dar uma volta?
E ele, com desarmante simplicidade:
- Não, minha senhora, vou gastar o tempo.
A repórter insistiu, falou-lhe na viagem “de borla”, ele respondeu que tinha passe, e ela a rematar novamente com o passeiozinho. O velho repetiu, impassível:
- Não, minha senhora, não vou passear. Vou gastar o tempo.
O tempo que tem de passar mesmo para quem já não tem o que lhe fazer. O tempo que nunca se ganha para quem não sabe o que lhe fazer. Ou não sente que o perde ao apenas gastá-lo.
E assim desafia a vida a fazer-lhe a vontade de a não viver.
Chego então onde quero: “A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos”.



(Excerto de "Livro do Desassossego" de Bernardo Soares)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vi ontem um filme na televisão que me deixou a pensar.Não que o filme fosse uma daquelas grandes obras,mas de uma forma simples mostrava o que uma mulher faria se soubesse que só tinha sete dias para viver.E é incrível tudo aquilo que ela mudaria...
Acho que muitos de nós vivemos num pressuposto de que somos felizes,quando afinal ,se calhar, nunca o somos verdadeiramente.Habituamo-nos ás coisas sem nunca parármos para pensar se é verdadeiramente aquilo que queremos.Tal como a personagem desse filme que pensa que tudo o que tem é a sua felicidade,é a vida com que sempre sonhou e que,afinal,bastou-lhe saber que lhe restavam apenas uns dias de vida para se questionar sobre toda a sua existência e ,finalmente,chegar á conclusão de que tudo aquilo não lhe correspondia.
Quantos de nós não vivemos assim??? Quantos de nós não mudariam radicalmente a sua vida se soubéssemos que só teríamos sete dias de vida??? Quantos de nós não teriam vontade de dizer a todos aqueles de quem gostamos o quão importantes são nas nossas vidas??? Quantos de nós não procuraria perdão para coisas menos boas que tivéssemos feito???
Há alguns anos,teria eu talvez uns doze,uma amiga de umas primas mais velhas que tenho,visitou-as e gabava-se de saber ler a sina através das linhas da mão...Claro que aquilo deu azo a curiosidade e quase todos queriam saber o que o futuro lhes reservava.Sou muito céptico em relação a essas coisas mas lembro-me que ,também eu, quis que ela "visse" o meu futuro...e nunca mais me esqueci da primeira coisa que ela me disse: "Vais morrer jovem!!!!"
Assim...mais directo que isto é impossível.Não sei se foi por isso,mas o certo,é que do resto que ela me disse pouco ou nada me lembro.
Há poucos dias ,nem de propósito,falei disto com uma das minhas primas,não do que ela me tinha dito,mas de todas as pessoas a quem ela tinha feito "previsões"...e o curioso é que a minha prima me disse que nunca mais se tinha esquecido de uma grande parte do que ela tinha "lido" e que se havia coisas em que ela não tinha acertado,havia muitas em que ela tinha tido razão.
Para "agravar" a situação uma vez,numa brincadeira,fui a uma cartomante...e ela disse-me exactamente o mesmo...ou seja que eu morreria jovem. Mantenho,que sou mesmo muito céptico em relação a todas estas coisas mas não deixa de ser uma grande coincidência. Eu não sei aquilo a que elas chamam jovens e embora não me considere velho, já não sou propriamente um jovem, mas o que é certo também é que houve outras coisas ,das quais me lembro ,que elas "preveram" e que ainda não me aconteceram, por isso até estou á vontade...Partindo do princípio de que elas tinham razão ainda me falta acontecer muita coisa antes de "me virem buscar"...
Mas,ao contrário da personagem do filme,vou reflectir naquilo que quero e no que tenho vontade de dizer e dizê-lo(vou ter que arranjar coragem nalgum lado)ou até fazer ,mesmo sem saber se tenho sete dias,sete mêses,sete ou setenta anos para viver...não vá o diabo tecê-las...
Sim...porque se soubéssemos o dia em que partimos faríamos tudo aquilo de que temos vontade em forma de contra relógio...sem saber se teríamos tempo para o fazer.
E que tal começar já hoje??